Relacionamento conjugal é muitíssimo abstruso. Primeiro porque é trabalhoso e nem sempre cooperativo. Depois porque às vezes faz doer às vísceras: a barriga, a cabeça, o estômago, o peito.
Quando as diferenças se despontam e você é inexperiente, as brigas tomam conta da relação... Após amadurecer um pouco, aprende a relevar certas coisas, mas no momento em que os conflitos acontecem você retoma as crises anteriores e, embora esteja mais madura (o) e cansada (o) de discutir, você revive as brigas acumuladas: não só as já discutidas, mas as que ficaram pendentes também (porque você estava tentando relevar, mas acha que agora “foi a gota d’água”!). - Deve ter alguma fase depois desta, mas ainda não sei como é.
Só sei que antes eu sofria porque achava que estava em desvantagem: ou porque lavava muita louça enquanto ele só limpava o chão, ou porque eu sempre tinha que assistir ao filme que ele escolheu, e até pior, acho um absurdo assistir filme dublado porque ele tem preguiça de ler a legenda... e vários outros conflitos que nem quero ficar lembrando.
Hoje penso diferente (quando digo hoje sou literal): não acho que estou perdendo ou ganhando nada, apenas me pergunto se estou sendo uma pessoa honesta com nós dois, para dedicar minha juventude a ele, meus planos de ter filhos, de ter uma vida em comum, caminhos comuns... Penso que a qualquer momento ele pode colocar tudo a perder, por uma bobeira qualquer. Uma bobeira qualquer. Uma bobeira qualquer. Simplesmente por ser humano!
Fico pensando como é conviver com alguém como eu, com meus defeitos. Mas conviver com ele não é fácil. Não sei o que é pior: se é a falta de delicadeza, de gentileza, a necessidade de disputar a razão, ou não admitir os próprios erros. Quando o caso é óbvio, ele até assume, só que sempre tem que ter um “mas”: “eu disse isto, mas foi porque antes você agiu de tal maneira”; “eu deixei o objeto cair, mas antes você me irritou”; “eu perdi a paciência, mas é porque você fica provocando”; “eu me esqueci de comprar tal coisa, mas é porque fulano me encheu o saco!”; “eu errei o caminho, mas foi porque você me distraiu”. Outros exemplos: Se eu não vejo a lombada é porque preciso trocar de óculos ou porque não sei dirigir, e se ele não vê a mesma lombada é porque está escura, a prefeitura não pintou as listas amarelas. Se a carne que eu compro está dura é porque não sei escolher, se foi ele quem comprou é porque o açougueiro não pegou a carne que ele pediu! E por aí vai...
Falando assim parece exagero, mas eu juro que não é, peguei até leve nos exemplos. O pior é que eu acho que ele nem “se liga” da atitude que tem. Mas, aff! É um saco, principalmente porque eu sou o primeiro alvo. E o último também.
Não sou vítima, esta é apenas a minha versão...
Quando as diferenças se despontam e você é inexperiente, as brigas tomam conta da relação... Após amadurecer um pouco, aprende a relevar certas coisas, mas no momento em que os conflitos acontecem você retoma as crises anteriores e, embora esteja mais madura (o) e cansada (o) de discutir, você revive as brigas acumuladas: não só as já discutidas, mas as que ficaram pendentes também (porque você estava tentando relevar, mas acha que agora “foi a gota d’água”!). - Deve ter alguma fase depois desta, mas ainda não sei como é.
Só sei que antes eu sofria porque achava que estava em desvantagem: ou porque lavava muita louça enquanto ele só limpava o chão, ou porque eu sempre tinha que assistir ao filme que ele escolheu, e até pior, acho um absurdo assistir filme dublado porque ele tem preguiça de ler a legenda... e vários outros conflitos que nem quero ficar lembrando.
Hoje penso diferente (quando digo hoje sou literal): não acho que estou perdendo ou ganhando nada, apenas me pergunto se estou sendo uma pessoa honesta com nós dois, para dedicar minha juventude a ele, meus planos de ter filhos, de ter uma vida em comum, caminhos comuns... Penso que a qualquer momento ele pode colocar tudo a perder, por uma bobeira qualquer. Uma bobeira qualquer. Uma bobeira qualquer. Simplesmente por ser humano!
Fico pensando como é conviver com alguém como eu, com meus defeitos. Mas conviver com ele não é fácil. Não sei o que é pior: se é a falta de delicadeza, de gentileza, a necessidade de disputar a razão, ou não admitir os próprios erros. Quando o caso é óbvio, ele até assume, só que sempre tem que ter um “mas”: “eu disse isto, mas foi porque antes você agiu de tal maneira”; “eu deixei o objeto cair, mas antes você me irritou”; “eu perdi a paciência, mas é porque você fica provocando”; “eu me esqueci de comprar tal coisa, mas é porque fulano me encheu o saco!”; “eu errei o caminho, mas foi porque você me distraiu”. Outros exemplos: Se eu não vejo a lombada é porque preciso trocar de óculos ou porque não sei dirigir, e se ele não vê a mesma lombada é porque está escura, a prefeitura não pintou as listas amarelas. Se a carne que eu compro está dura é porque não sei escolher, se foi ele quem comprou é porque o açougueiro não pegou a carne que ele pediu! E por aí vai...
Falando assim parece exagero, mas eu juro que não é, peguei até leve nos exemplos. O pior é que eu acho que ele nem “se liga” da atitude que tem. Mas, aff! É um saco, principalmente porque eu sou o primeiro alvo. E o último também.
Não sou vítima, esta é apenas a minha versão...
Ah, já ia me esquecendo: o resto são flores!!!
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