Outro dia eu tava falando aqui da necessidade que tenho de escrever, que as palavras me servem como fuga e que estes textos são hábito e necessidade existencial. Eu escrevo por uma questão de vida ou morte. Sem demagogia. Quando as coisas estão muito bagunçadas dentro de mim, escrever me permite um parâmetro e uma visão incrível. Consigo realizar a façanha de me olhar de fora. Porém, o texto de hoje não trás apenas a problemática das questões interiores, ele vem dizer que o exterior precisa ser mudado.
Tudo começou com a história do Ronaldo. Agradeço as palavras dos amigos que me deram outras hipóteses para a cena daqueles “pestinhas” me chamando de Ronaldo, mas eu sinto que o Ronaldo, a coca-cola, o pacote de bolacha recheada e minhas bochechas roliças, têm algo em comum. Por isto decidi que vou emagrecer.
E também tem outra coisa: não sei porque eu enfiei na cabeça que meu marido não gosta mais de mim. O pior é que eu to achando isto de verdade. Já to quase convencendo ele, inclusive. Então, junto com emagrecer, a meta é me arrumar mais, ficar mais atraente aos olhos alheios e aos meus próprios, mais mulher. Na verdade, isto tudo é estratégia para aceitar a outra pessoa, no caso o “dito cujo”. Vou explicar: todas as vezes que o jeito de ser de alguém me afeta e eu desejo profundamente que a pessoa mude, eu paro e olho para mim. Sempre percebo inúmeras coisas a serem mudadas, e penso: “com tantas coisas para mudar em mim, ‘porqueraios’ fico gastando minha energia para que o outro mude?!!” E, na seqüência, escolho (seriamente) algo para transformar em mim. Neste processo ganho de várias maneiras, cresço, e vivo o fato de que a mudança é algo extremamente difícil e que é tão complicado mudar a gente mesmo que não vale muito a pena ficar pedindo aos céus para que o outro mude. Só posso mudar a mim (que coisa, não!).
Quem estiver lendo está propenso a pensar que este texto reflexivo é próprio da época, em que a gente repensa os “erros” do ano para não repeti-los no próximo. Mas eu não vou mudar só ano que vem. Vou começar agora!
CALMA!!! NÃO APLAUDAM AINDA...
... Porque tudo vai ser beeeeeeem devagar, e já to avisando que do cigarro e da cerveja eu não abro mão – não dá para largar todos os prazeres de uma só vez!
Ainda estou pensando em qual técnica de emagrecimento vou me fundamentar - se alguém tiver alguma que não seja muito torturante, e que libere o refrigerante, estou aceitando sugestões. Vou começar pensando antes de comer. É simples: antes de encher o rabo de queijo (que eu a-mo), vou parar por um momento, abstrair, imaginar que aquele sacrifício será recompensado por uma auto-estima mais estruturada, coisa e tal. Vamos ver no que vai dar!
Pra finalizar, assim meio que de “supetão”, fica uma reflexão: "O homem que não soube organizar um mundo para si mesmo é um estranho no mundo que ele mesmo criou - Alexis Carrel"
sábado, 21 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Ronaldo.
Gente, ontem eu passei por uma situação muito desconfortável. Vou desabafar aqui.
Estava eu na minha maratona de sair do trabalho e ir para o SENAI, sem tempo pra comer e derretendo de calor no carro. Pensando no trânsito e na fome, parei na padaria para comprar algo que me hidratasse, enganasse meu estômago e me distraísse entre um semáforo e outro.
Logo no primeiro semáforo aconteceu a cena. Vou descrever o figurino: estava eu com uma blusa antiga (de quando eu tinha uns 10 kilos a menos), o que fazia com que ao sentar ela encurtasse um pouco, mostrando alguns centímetros da minha barriga, que ao estar presa ao cinto de segurança e marcada por causa da calça parecia ser 20 vezes maior do que realmente é (juro que ela não é tão grande como parecia ser).
Como eu disse, parei no semáforo, tinham muitos carros na minha frente e do meu lado um van escolar cheia de crianças com aproximadamente 10 anos. Abri o pacote de “passa-tempo” e a coca-cola – até então eu não havia percebido a van do meu lado. Logo que dei a primeira “golada” na coca, o semáforo abriu e tive que enfiar a bolacha toda na boca.
Neste exato momento uma criança da van ao lado olhou para mim e, com total falta de sensibilidade, disse:
- Ronaaaaaaaldo!!!
- Hã? - não ouvi direito o que ela havia falado.
Sem pestanejar, a criança abriu todo o vidro que estava aberto pela metade, colocou a cabeça pra fora e gritou:
- Ronaaaaaaaaaaaaaaaaldo, do Corinthians.
E, como se não bastasse o insulto, convidou seus colegas do van escolar a gritar, em coro: “Ronaaaaaaaaaaaldo”, e assim foi até que o van, vagarosamente (por causa do trânsito) se afastou.
Olhei no espelho e vi minhas enormes bochechas rosadas. Só então assimilei: certamente não é porque sou um fenômeno que estão me chamando de Ronaldo.
Quem está do lado de fora do meu corpo não é capaz de saber como me senti neste momento. Acho que me senti mais que gorda, me senti um cão sarnento, sabe? Por algum motivo cheguei a conclusão de que aquele bando de crianças maldosas me chamou de Ronaldo porque estou um tanto avantajada. Alguém tem outra hipótese, pelo Amor de Deus?
Estava eu na minha maratona de sair do trabalho e ir para o SENAI, sem tempo pra comer e derretendo de calor no carro. Pensando no trânsito e na fome, parei na padaria para comprar algo que me hidratasse, enganasse meu estômago e me distraísse entre um semáforo e outro.
Logo no primeiro semáforo aconteceu a cena. Vou descrever o figurino: estava eu com uma blusa antiga (de quando eu tinha uns 10 kilos a menos), o que fazia com que ao sentar ela encurtasse um pouco, mostrando alguns centímetros da minha barriga, que ao estar presa ao cinto de segurança e marcada por causa da calça parecia ser 20 vezes maior do que realmente é (juro que ela não é tão grande como parecia ser).
Como eu disse, parei no semáforo, tinham muitos carros na minha frente e do meu lado um van escolar cheia de crianças com aproximadamente 10 anos. Abri o pacote de “passa-tempo” e a coca-cola – até então eu não havia percebido a van do meu lado. Logo que dei a primeira “golada” na coca, o semáforo abriu e tive que enfiar a bolacha toda na boca.
Neste exato momento uma criança da van ao lado olhou para mim e, com total falta de sensibilidade, disse:
- Ronaaaaaaaldo!!!
- Hã? - não ouvi direito o que ela havia falado.
Sem pestanejar, a criança abriu todo o vidro que estava aberto pela metade, colocou a cabeça pra fora e gritou:
- Ronaaaaaaaaaaaaaaaaldo, do Corinthians.
E, como se não bastasse o insulto, convidou seus colegas do van escolar a gritar, em coro: “Ronaaaaaaaaaaaldo”, e assim foi até que o van, vagarosamente (por causa do trânsito) se afastou.
Olhei no espelho e vi minhas enormes bochechas rosadas. Só então assimilei: certamente não é porque sou um fenômeno que estão me chamando de Ronaldo.
Quem está do lado de fora do meu corpo não é capaz de saber como me senti neste momento. Acho que me senti mais que gorda, me senti um cão sarnento, sabe? Por algum motivo cheguei a conclusão de que aquele bando de crianças maldosas me chamou de Ronaldo porque estou um tanto avantajada. Alguém tem outra hipótese, pelo Amor de Deus?
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
EU DISSE QUE NÃO IA FALAR!
Pois é.
Eu sou uma mulher sem palavras e sem escrúpulos. Faço promessa a mim mesma e eu mesma descumpro.
Prometi que eu não ia contar esta novidade para ninguém, só revelaria depois que estivesse tudo certo. Mas é bom falar logo. Ficar guardando as coisas faz mal... engorda! A verdade é que a gente nunca sabe o que nos espera no dia de amanhã...
... Principalmente na primeira hora de um dia de trabalho após um feriado prolongado. Digo isto porque ontem abri meu e-mail ás 8h00 e UM convite estava lá:
Prezada colega,
O ILAPp (Instituto Latino Americano de Psicopedagogia), entidade sem fins lucrativos que dirijo, vai oferecer em parceria com a Universidade de Uberaba cursos de especialização lato sensu para o próximo ano. Pensei em você para compor o corpo docente e espero sinceramente contar com sua participação neste projeto, que será apenas o início de algo muito maior. A proposta é oferecer inicialmente cursos de Psicopedagogia clínica, hospitalar, institucional e Arteterapia; e os módulos que você ministrará serão os seguintes:* Atividades recreativas, jogos e Arteterapia no ambiente hospitalar. * Fundamentos de Arteterapia. * Ateliê: trabalho plástico e corporal e outras linguagens expressivas.
Um beijo e fico no aguardo da resposta.
E te juro que ainda tem gente que me pergunta se eu acredito em Deus!
Já li este e-mail umas 230 vezes, com o mesmo sorriso limpo e a lembrança dos meus pedidos aos Céus. Ser Educadora (assim como ser Psicóloga), para mim é algo muito maior do que uma profissão louvável. Nem sei descrever o que é. Também não sei como tomei gosto por tudo isto que diz respeito à educação e a cultura. Não tive nenhum intelectual na família, com exceção da minha avó (que estudou até a 4ª série), mas sempre busquei o conhecimento. Lembro que do alto dos meus oito anos eu brincava de “escolinha” e escrevia até os dedos doerem. Sim, eu fazia isso. E ainda tenho alguns escritos...
Mas voltando ao convite, preciso saber a hora de ser tartaruga e a hora de ser borboleta, e tenho (devo!) controlar meu senso de direção, de expectativas e de desejos (será que existe senso pra desejos?), para novamente não cair nas tentações e armadilhas, nem tanto por medo da queda, temo mais o que vou encontrar lá embaixo. A crença de que posso fazer do meu próprio lugar, um lugar mais amplo, me dá forças para seguir.
Eu sou uma mulher sem palavras e sem escrúpulos. Faço promessa a mim mesma e eu mesma descumpro.
Prometi que eu não ia contar esta novidade para ninguém, só revelaria depois que estivesse tudo certo. Mas é bom falar logo. Ficar guardando as coisas faz mal... engorda! A verdade é que a gente nunca sabe o que nos espera no dia de amanhã...
... Principalmente na primeira hora de um dia de trabalho após um feriado prolongado. Digo isto porque ontem abri meu e-mail ás 8h00 e UM convite estava lá:
Prezada colega,
O ILAPp (Instituto Latino Americano de Psicopedagogia), entidade sem fins lucrativos que dirijo, vai oferecer em parceria com a Universidade de Uberaba cursos de especialização lato sensu para o próximo ano. Pensei em você para compor o corpo docente e espero sinceramente contar com sua participação neste projeto, que será apenas o início de algo muito maior. A proposta é oferecer inicialmente cursos de Psicopedagogia clínica, hospitalar, institucional e Arteterapia; e os módulos que você ministrará serão os seguintes:* Atividades recreativas, jogos e Arteterapia no ambiente hospitalar. * Fundamentos de Arteterapia. * Ateliê: trabalho plástico e corporal e outras linguagens expressivas.
Um beijo e fico no aguardo da resposta.
E te juro que ainda tem gente que me pergunta se eu acredito em Deus!
Já li este e-mail umas 230 vezes, com o mesmo sorriso limpo e a lembrança dos meus pedidos aos Céus. Ser Educadora (assim como ser Psicóloga), para mim é algo muito maior do que uma profissão louvável. Nem sei descrever o que é. Também não sei como tomei gosto por tudo isto que diz respeito à educação e a cultura. Não tive nenhum intelectual na família, com exceção da minha avó (que estudou até a 4ª série), mas sempre busquei o conhecimento. Lembro que do alto dos meus oito anos eu brincava de “escolinha” e escrevia até os dedos doerem. Sim, eu fazia isso. E ainda tenho alguns escritos...
Mas voltando ao convite, preciso saber a hora de ser tartaruga e a hora de ser borboleta, e tenho (devo!) controlar meu senso de direção, de expectativas e de desejos (será que existe senso pra desejos?), para novamente não cair nas tentações e armadilhas, nem tanto por medo da queda, temo mais o que vou encontrar lá embaixo. A crença de que posso fazer do meu próprio lugar, um lugar mais amplo, me dá forças para seguir.
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