sábado, 21 de novembro de 2009

NÃO APLAUDAM AINDA...

Outro dia eu tava falando aqui da necessidade que tenho de escrever, que as palavras me servem como fuga e que estes textos são hábito e necessidade existencial. Eu escrevo por uma questão de vida ou morte. Sem demagogia. Quando as coisas estão muito bagunçadas dentro de mim, escrever me permite um parâmetro e uma visão incrível. Consigo realizar a façanha de me olhar de fora. Porém, o texto de hoje não trás apenas a problemática das questões interiores, ele vem dizer que o exterior precisa ser mudado.
Tudo começou com a história do Ronaldo. Agradeço as palavras dos amigos que me deram outras hipóteses para a cena daqueles “pestinhas” me chamando de Ronaldo, mas eu sinto que o Ronaldo, a coca-cola, o pacote de bolacha recheada e minhas bochechas roliças, têm algo em comum. Por isto decidi que vou emagrecer.
E também tem outra coisa: não sei porque eu enfiei na cabeça que meu marido não gosta mais de mim. O pior é que eu to achando isto de verdade. Já to quase convencendo ele, inclusive. Então, junto com emagrecer, a meta é me arrumar mais, ficar mais atraente aos olhos alheios e aos meus próprios, mais mulher. Na verdade, isto tudo é estratégia para aceitar a outra pessoa, no caso o “dito cujo”. Vou explicar: todas as vezes que o jeito de ser de alguém me afeta e eu desejo profundamente que a pessoa mude, eu paro e olho para mim. Sempre percebo inúmeras coisas a serem mudadas, e penso: “com tantas coisas para mudar em mim, ‘porqueraios’ fico gastando minha energia para que o outro mude?!!” E, na seqüência, escolho (seriamente) algo para transformar em mim. Neste processo ganho de várias maneiras, cresço, e vivo o fato de que a mudança é algo extremamente difícil e que é tão complicado mudar a gente mesmo que não vale muito a pena ficar pedindo aos céus para que o outro mude. Só posso mudar a mim (que coisa, não!).
Quem estiver lendo está propenso a pensar que este texto reflexivo é próprio da época, em que a gente repensa os “erros” do ano para não repeti-los no próximo. Mas eu não vou mudar só ano que vem. Vou começar agora!
CALMA!!! NÃO APLAUDAM AINDA...
... Porque tudo vai ser beeeeeeem devagar, e já to avisando que do cigarro e da cerveja eu não abro mão – não dá para largar todos os prazeres de uma só vez!
Ainda estou pensando em qual técnica de emagrecimento vou me fundamentar - se alguém tiver alguma que não seja muito torturante, e que libere o refrigerante, estou aceitando sugestões. Vou começar pensando antes de comer. É simples: antes de encher o rabo de queijo (que eu a-mo), vou parar por um momento, abstrair, imaginar que aquele sacrifício será recompensado por uma auto-estima mais estruturada, coisa e tal. Vamos ver no que vai dar!
Pra finalizar, assim meio que de “supetão”, fica uma reflexão: "O homem que não soube organizar um mundo para si mesmo é um estranho no mundo que ele mesmo criou - Alexis Carrel"

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ronaldo.

Gente, ontem eu passei por uma situação muito desconfortável. Vou desabafar aqui.
Estava eu na minha maratona de sair do trabalho e ir para o SENAI, sem tempo pra comer e derretendo de calor no carro. Pensando no trânsito e na fome, parei na padaria para comprar algo que me hidratasse, enganasse meu estômago e me distraísse entre um semáforo e outro.
Logo no primeiro semáforo aconteceu a cena. Vou descrever o figurino: estava eu com uma blusa antiga (de quando eu tinha uns 10 kilos a menos), o que fazia com que ao sentar ela encurtasse um pouco, mostrando alguns centímetros da minha barriga, que ao estar presa ao cinto de segurança e marcada por causa da calça parecia ser 20 vezes maior do que realmente é (juro que ela não é tão grande como parecia ser).
Como eu disse, parei no semáforo, tinham muitos carros na minha frente e do meu lado um van escolar cheia de crianças com aproximadamente 10 anos. Abri o pacote de “passa-tempo” e a coca-cola – até então eu não havia percebido a van do meu lado. Logo que dei a primeira “golada” na coca, o semáforo abriu e tive que enfiar a bolacha toda na boca.
Neste exato momento uma criança da van ao lado olhou para mim e, com total falta de sensibilidade, disse:
- Ronaaaaaaaldo!!!
- Hã? - não ouvi direito o que ela havia falado.
Sem pestanejar, a criança abriu todo o vidro que estava aberto pela metade, colocou a cabeça pra fora e gritou:
- Ronaaaaaaaaaaaaaaaaldo, do Corinthians.
E, como se não bastasse o insulto, convidou seus colegas do van escolar a gritar, em coro: “Ronaaaaaaaaaaaldo”, e assim foi até que o van, vagarosamente (por causa do trânsito) se afastou.
Olhei no espelho e vi minhas enormes bochechas rosadas. Só então assimilei: certamente não é porque sou um fenômeno que estão me chamando de Ronaldo.
Quem está do lado de fora do meu corpo não é capaz de saber como me senti neste momento. Acho que me senti mais que gorda, me senti um cão sarnento, sabe? Por algum motivo cheguei a conclusão de que aquele bando de crianças maldosas me chamou de Ronaldo porque estou um tanto avantajada. Alguém tem outra hipótese, pelo Amor de Deus?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

EU DISSE QUE NÃO IA FALAR!

Pois é.
Eu sou uma mulher sem palavras e sem escrúpulos. Faço promessa a mim mesma e eu mesma descumpro.
Prometi que eu não ia contar esta novidade para ninguém, só revelaria depois que estivesse tudo certo. Mas é bom falar logo. Ficar guardando as coisas faz mal... engorda! A verdade é que a gente nunca sabe o que nos espera no dia de amanhã...
... Principalmente na primeira hora de um dia de trabalho após um feriado prolongado. Digo isto porque ontem abri meu e-mail ás 8h00 e UM convite estava lá:

Prezada colega,
O ILAPp (Instituto Latino Americano de Psicopedagogia), entidade sem fins lucrativos que dirijo, vai oferecer em parceria com a Universidade de Uberaba cursos de especialização lato sensu para o próximo ano. Pensei em você para compor o corpo docente e espero sinceramente contar com sua participação neste projeto, que será apenas o início de algo muito maior. A proposta é oferecer inicialmente cursos de Psicopedagogia clínica, hospitalar, institucional e Arteterapia; e os módulos que você ministrará serão os seguintes:* Atividades recreativas, jogos e Arteterapia no ambiente hospitalar. * Fundamentos de Arteterapia. * Ateliê: trabalho plástico e corporal e outras linguagens expressivas.
Um beijo e fico no aguardo da resposta.


E te juro que ainda tem gente que me pergunta se eu acredito em Deus!
Já li este e-mail umas 230 vezes, com o mesmo sorriso limpo e a lembrança dos meus pedidos aos Céus. Ser Educadora (assim como ser Psicóloga), para mim é algo muito maior do que uma profissão louvável. Nem sei descrever o que é. Também não sei como tomei gosto por tudo isto que diz respeito à educação e a cultura. Não tive nenhum intelectual na família, com exceção da minha avó (que estudou até a 4ª série), mas sempre busquei o conhecimento. Lembro que do alto dos meus oito anos eu brincava de “escolinha” e escrevia até os dedos doerem. Sim, eu fazia isso. E ainda tenho alguns escritos...
Mas voltando ao convite, preciso saber a hora de ser tartaruga e a hora de ser borboleta, e tenho (devo!) controlar meu senso de direção, de expectativas e de desejos (será que existe senso pra desejos?), para novamente não cair nas tentações e armadilhas, nem tanto por medo da queda, temo mais o que vou encontrar lá embaixo. A crença de que posso fazer do meu próprio lugar, um lugar mais amplo, me dá forças para seguir.