quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

E que venha 2011...

O ano chega ao final, afinal tudo chega... E por falar em final, to ficando boa nisto de lidar com “finais” e já aprendi, inclusive, a tratar os finais com carinho, já que se trata sempre possibilidade de um novo começo. E neste caso é o começo de um novo ano.
Termino o ano com aquela sensação de sempre: a de ter feito o que eu deveria fazer. A maneira como me relaciono com as minhas vivencias invariavelmente reforça o meu sentimento de certeza perante minhas escolhas. Talvez seja porque eu tenha esta coisa chamada consciência. O problema, às vezes, está em eu ter outras coisas, chamadas: coração, estomago, fígado, vísceras. Eu penso demais e sinto demais. Em mim o instante dura, eu vivo num presente incessante. Pura duração. E é isto que às vezes me rouba a energia que eu deveria empregar nos meus projetos, nos meus objetivos. É isto o que me faz, muitas vezes, ser mais sentimental que prática. E quando eu falo em projetos e objetivos, não me refiro a coisas grandes. Eu não acredito em grandes projetos quando o assunto é evolução humana. E o meu objetivo é a evolução humana: a minha. Eu acredito em coisas moleculares. Mas mesmo sendo pequenas, as coisas, “o tudo” não deixa de ser intenso pra mim. Eu me permito ser possuída pelas coisas. Mas eu permito também que as coisas acabem, e da mesma forma (com a mesma magnitude) que eu as sinto nascendo, crescendo, eu as sinto morrer também. E a morte não é fácil sentir. A morte é o nascimento pelo avesso, como uma fotografia no negativo, onde tudo é igualzinho só que ao contrário. A sensação da morte é como a de uma água descendo pelo ralo com muita força.
Mas como eu já disse várias vezes: eu quero sentir tudo. Estou viva porque há uma excitação que me percorre. A vida vibra em mim em cada célula. A vida é isto: contrair e expandir. Receber e deixar ir. Sinto muito pelos os que não permitem que isto aconteça. Como se viver os sentimentos fizesse a gente morrer rápido. Então as pessoas contêm. Guarda a vida. Como se guardando ela fosse durar mais.
É mais ou menos isto: estou preparada para contrair e expandir em 2011. E começo com algumas prioridades (objetivas e subjetivas), sendo que umas são urgentes, e outras complexas demais para que eu possa garantir aqui plena execução. Espero me perdoar caso eu não consiga cumprir tudo o que me proponho, mas isto não é um pedido de desculpa adiantado, ao contrário: isto é só porque já me convenci de que o tempo não se curva e de que nada resolve lidar com o tempo como algo objetivo, que está aí para ser organizado e manipulado, longe disto, eu parei de lutar contra o tempo. Hoje só exerço instantes. Com isto eu ganho presença...
Mas como a praticidade também não é algo que podemos negligenciar, descrevo, enfim, as minhas prioridades, que giram em torno do que assoalho a seguir:

Prioridades Objetivas:

• Parar de fumar.
• Guardar dinheiro.
• Aprender a tocar violão.
• Estudar inglês.
• Entrar no mestrado.
• Profissionalmente fazer o que me agrega sentido.
• Manter meu peso entre 53 e 54 kilos.
• Cuidar da minha vaidade e aparência.

Prioridades Subjetivas:

• Cuidar da minha vida social.
• Desenvolver as seguintes qualidades positivas:
Aparelhar o tempo.
Confiar na intuição.
Focar na espiritualidade.

• Trabalhar as seguintes qualidades negativas:
Egoísmo.
Mentira.
Timidez / insegurança.
Supervalorização / baixa valorização.
Ansiedade
Impulsividade.
Carência.

Poucas ressalvas a respeito de alguns itens:
A questão do egoísmo se esbarra com a necessidade de manter a minha alteridade (e respeitar a do outro também, claro). Espero encontrar um equilíbrio, já que não vou abrir mão de atender primeiramente – e sempre – o meu universo particular. Todos sabem que sou altruísta, mas que também não me anulo para satisfazer as necessidades de alguém. Da mesma forma, não cobrarei do outro que tente decodificar as minhas.
Sobre aparelhar o tempo. Quero deixar claro (pra mim mesma) que falo do tempo imaginário, porque o tempo do mundo sério já é bem organizado. Vou explicar: existe o tempo do mundo sério e o tempo imaginário: no mundo ‘sério’ podem ser 11 horas da manhã, em tal e tal dia, mês e ano, mas no universo particular em que estamos pode ser a terceira volta, o quarto ato, o movimento allegro ou o segundo beijo. Quero dizer então que preciso definir minhas prioridades e organizar meu tempo subjetivo para realizá-las, porque o meu problema é o excesso de “fazer”, é querer fazer tudo de uma vez, é estabelecer metas extremistas, que me roubam momentos de lazer, de ludicidade, e que me deixam presa no mundo sério. Aliás, a seriedade é uma característica da qual me livrei a pouco tempo, e corro o sério risco de retomá-la.
Em relação a minha vida social, preciso me aproximar mais dos familiares. Não de todos, obviamente, até porque não faço questão alguma de conviver com certas pessoas. Alias, já evolui bastante neste quesito, porém ainda preciso estar mais presente. Já com os amigos, está tudo certo, tudo como eu gosto e acho que deve ser. Só gostaria que eles respeitassem mais os meus “nãos” quando me nego a vida noturna. Definitivamente não gosto da vida noturna... não sei o porquê, mas sinto que isto de boates, baladas na madrugada, etc. é coisa de gente triste.
De tudo, o mais difícil será parar de fumar, mas sob a ótica da minha jornada maior, vale muito a pena realizar este sacrifício.
No mais, é só colocar a mão na massa e dar vazão. Deixar vazar, não prender nada. Nada calcificar. Vida boa é vida líquida, escorrendo. Vida é sentimento derretido. Sentimento endurecido é tumor. Ser humano de verdade é pessoa derretida. Pessoa endurecida é tumor. Eu quero tudo que se movimente em mim, eu quero tudo que me escorra, que tome meu corpo, que tome minha alma, para que só depois a tal consciência entre em cena, apenas para me lembrar que há vida em mim.

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